Título: Quem Disse Que é Bom Ser Normal?
Título original: Better than normal
Autor: Dale Archer
País: EUA
Ano: 2012
Editora: Sextante
Páginas: 223
Sinopse: Dr. Dale descreve oito perfis de personalidade que até então eram considerados doenças psiquiátricas e mostra que eles podem ser encarados como vantagens, por serem qualidades que nos tornam únicos. Questionando o conceito do que é ser normal, o autor traz informações completas sobre os ‘transtornos’ que mais angustiam as pessoas, como TOC, bipolaridade e hiperatividade, desmistificando os problemas mentais e apresentando um novo modo de olharmos o comportamento humano.
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Tudo isso contribuiu para uma tendência claríssima – e, para mim, perturbadora – do mundo farmacêutico: nunca se tomou tanto remédio, com ou sem prescrição médica, quanto nos dias de hoje, pelas mais diversas razões. É claro que não são apenas medicamentos receitados para problemas mentais. Há analgésicos. Soníferos. Remédios contra resfriado. Remédios contra tosse. Remédios combinados contra tosse e resfriado.
Avaliação:
E então, é só uma pessoa ser um pouquinho diferente, um pouco mais organizada, ou um pouco mais agitada que, pronto, ela tem TOC, ela tem TDAH, tem fobia social, síndrome do pânico ou qualquer dessas doenças glamourosas de gente que se acha louca. Sendo assim, precisa se entupir de remédios de tarja preta-fluorescente. Desculpe-me por te decepcionar, mas… bem, é muito provável que esteja tudo certo com a saúde dela.
Em Quem Disse Que é Bom Ser Normal?, o autor, renomado psiquiatra, critica a forma como qualquer característica um pouco “fora do normal” no jeito de ser de uma pessoa é tratada com um diagnóstico de transtorno e quilos de medicamentos. Apresentando uma lista de 8 tipos diferentes de personalidades, ele afirma que todas as pessoas apresentam cada uma dessas personalidades em intensidades diferentes, em uma escala, por exemplo, de 0 a 10. Os indivíduos que realmente podem (mas não necessariamente devem) ser diagnosticados com transtorno e receber tratamento médico são aqueles que atingem o nível 10 de uma (ou mais de uma) personalidade. São casos em que a vida diária e a convivência social ficam extremamente prejudicadas.
Com essa lista e essa escala, o médico deseja mostrar que todos podem ter características interessantes de personalidade que não necessariamente devem ser vistas como doenças. Para cada um dos 8 itens da lista, o autor descreve os comportamentos encontrados de acordo com a posição na escala, qual a origem (ou necessidade) evolutiva daquele tipo de personalidade, como tirar bom proveito na vida profissional e social e, finalmente, qual o transtorno correspondente quando se chega de verdade ao extremo da escala.
Eu gostei bastante desse livro pois ele “desglamouriza” as doenças mentais que acabaram virando moda. As pessoas não precisam ser doentes para serem especiais. Elas podem ser especiais mesmo estando dentro da normalidade. Quem Disse Que é Bom Ser Normal? não se aprofunda muito em cada um dos traços de personalidade, é mais um overview, mas é uma forma ótima de anular a ignorância que veio se espalhando ao longo do tempo. Eu faria a seguinte comparação com outras “doenças”, em relação ao esclarecimento que este livro traz. Seria como algo do tipo:
– Nossa, olha essas sardas no meu rosto. Eu tenho câncer. Preciso ir ao oncologista e fazer quimio.
– Não, querido(a), são apenas sardas. São seu charme, são o que te fazem especial. Mas são absolutamente normais.
Muitas vezes, sardas são apenas sardas. E ser uma pessoa organizada é apenas ser uma pessoa organizada. Esqueçam esse lance de TOC e tal.
Leia um trecho: aqui